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A Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. Ela nos guia, ensina, corrige e prepara para toda boa obra. Nosso ministério é dedicado a compartilhar o amor de Cristo através da Palavra.

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    InícioLivrosLamentaçõesCapítulo 3

    Lamentações 3

    1

    Eu sou o homem que viu a aflição causada pela vara do seu furor.

    2

    Ele me guiou e me fez andar em trevas e não na luz.

    3

    Deveras fez virar e revirar a sua mão contra mim o dia todo.

    4

    Fez envelhecer a minha carne e a minha pele; quebrou-me os ossos.

    5

    Levantou trincheiras contra mim, e me cercou de fel e trabalho.

    6

    Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito.

    7

    Cercou-me de uma sebe de modo que não posso sair; agravou os meus grilhões.

    8

    Ainda quando grito e clamo por socorro, ele exclui a minha oração.

    9

    Fechou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.

    10

    Fez-se-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos.

    11

    Desviou os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me desolado.

    12

    Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha.

    13

    Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava.

    14

    Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo, e a sua canção o dia todo.

    15

    Encheu-me de amarguras, fartou-me de absinto.

    16

    Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me de cinza.

    17

    Alongaste da paz a minha alma; esqueci-me do que seja a felicidade.

    18

    Digo, pois: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no Senhor.

    19

    Lembra-te da minha aflição e amargura, do absinto e do fel.

    20

    Minha alma ainda os conserva na memória, e se abate dentro de mim.

    21

    Torno a trazer isso à mente, portanto tenho esperança.

    22

    A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim;

    23

    renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

    24

    A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele.

    25

    Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.

    26

    Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.

    27

    Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.

    28

    Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs sobre ele.

    29

    Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.

    30

    Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.

    31

    Pois o Senhor não rejeitará para sempre.

    32

    Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a grandeza da sua misericórdia.

    33

    Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens.

    34

    Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,

    35

    perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo,

    36

    subverter o homem no seu pleito, não são do agrado do senhor.

    37

    Quem é aquele que manda, e assim acontece, sem que o Senhor o tenha ordenado?

    38

    Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal como o bem?

    39

    Por que se queixaria o homem vivente, o varão por causa do castigo dos seus pecados?

    40

    Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los, e voltemos para o Senhor.

    41

    Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus no céu dizendo;

    42

    Nós transgredimos, e fomos rebeldes, e não perdoaste,

    43

    Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não te apiedaste.

    44

    Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração.

    45

    Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.

    46

    Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca.

    47

    Temor e cova vieram sobre nós, assolação e destruição.

    48

    Torrentes de águas correm dos meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.

    49

    Os meus olhos derramam lágrimas, e não cessam, sem haver intermissão,

    50

    até que o Senhor atente e veja desde o céu.

    51

    Os meus olhos me afligem, por causa de todas as filhas da minha cidade.

    52

    Como ave me caçaram os que, sem causa, são meus inimigos.

    53

    Atiraram-me vivo na masmorra, e lançaram pedras sobre mim.

    54

    Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado.

    55

    Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra.

    56

    Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor.

    57

    Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.

    58

    Pleiteaste, Senhor, a minha causa; remiste a minha vida.

    59

    Viste, Senhor, a injustiça que sofri; julga tu a minha causa.

    60

    Viste toda a sua vingança, todos os seus desígnios contra mim.

    61

    Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os seus desígnios contra mim,

    62

    os lábios e os pensamentos dos que se levantam contra mim o dia todo.

    63

    Observa-os ao assentarem-se e ao levantarem-se; eu sou a sua canção.

    64

    Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos.

    65

    Tu lhes darás dureza de coração, maldição tua sobre eles.

    66

    Na tua ira os perseguirás, e os destruirás de debaixo dos teus céus, ó Senhor.